segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Eu não quero perdoar.



Jean-Paul Sartre, filósofo francês da Escola Existencialista é o autor de uma famosa frase: " o inferno são os outros". De fato, não há como negar que, em certos momentos, algumas pessoas podem fazer de nossa vida um verdadeiro inferno, como também a recíproca possa ser verdadeira, ou seja, muitas vezes infernizamos profundamente a vida dos outros. Comumente ouço pessoas fazendo acusações, apontando algozes e culpados de sua infelicidade.
 Dizem estes, que sofrem tão somente por causa das ações dessas pessoas e que, por isso mesmo, não há como perdoá-las. Esse discurso é ainda mais frequente na boca de filhos que acusam seus peais. Para esses os progenitores são responsáveis por inúmeros traumas que os incapacitaram para viver plenamente.
  É fato que os pais, uns mais, outros menos, traumatizam seus filhos no processo de educação. Na maioria das vezes isso não ocorre de propósito, pois eles apenas estão repassando os modelos que conheceram. Entretanto, também é importante frisar que os filhos têm percepções diferentes de sua criação. Para uns uma criação familiar rigida é lembrada tão somente como provocadora de uma profunda repressão que os incapacitou, enquanto que para outros a mesma rigidez representou a disciplina que os fez vencer. Ou seja, a forma como cada um de nós interpreta a realidade é muito particular, nem sempre racional, nem sempre correta e muitas veze equivocada.
 Quando ouço um pré-adolescente culpando os pais até compreendo, Todavia quando vejo adultos com este discurso me preocupo. Afinal, depois de certa fase da vida, não somos tão somente resultado dos traumas, somos o resultados das escolhas que fazemos. Não somos apenas o resultdo do efeito dominó provocado pelos equivocos paternos, até porque chega o momento em que começamos a mexer nas peças do jogo e mudamos, por assim dizer, o rumo dos acontecimentos.
 Então, fica a pergunta:/ se sabemos disso, e digo isso por acreditar qye a maioria de nós sabe, por que insistimos em culpar os outros? A responta é simples: porque é cômodo. Afinal, enquanto não decidimos não perdoar, temos a quem acusar. Se meus relacionamentos afetivos não dão certo, se minha vida profissinonal é uma desgraça, se minha autoestima é uma droga e se me saboto todos os dias  a culpa não é minha é deles, dos outros, de meus pais, de Osama Bin Laden, da Cuca, do coisa ruim... Emfim, só não é minha. Que conveniente  não? Para e pensa um pouco: até quando você ficará na encruzilhada da vda paralisado e culpando os outros, mesmo já tendo chegado a um ponto em que você só você pode decidir para aonde vai? Ficará como o Jose de Drumond " e agora (...) para onde", ou finalmente assumirá suas decisões e consequências?
 Aliás, minha frase preferida de Sartre é outra: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com o que fizeram com você". Então, sigamos sem procurar culpados, sem nos culparmos também, apenas assumindo a responsabilidade de nossas escolhas.

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